quinta-feira, 10 de maio de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
Estudo da sombra desenhada através da água, óleo, chapa de ferro
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Registro fotográfico em água de cachoeira e pedra. |
domingo, 22 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
COLUNA - trabalho em cerâmica, poética dos Lambrequins
A POÉTICA DOS LAMBREQUINS
Esta pesquisa tem por objetivo conhecer a origem e função dos lambrequins ao longo da história. Os conhecimentos adquiridos farão parte da poética na construção dos lambrequins em cerâmica.
Segundo a Dissertação de Mestrado de Heloisa Maria Campos e Vânia Alves Cordeiro, "O lambrequim e sua mesagem poética" para Universidade Federal do Paraná, curso de Comunicação Visual, 1978 , a palavra "lambrequim" tem vários sentidos desde a Idade Média. Nesta época o seu significado era de ornamento de tecidos que se põe sobre o elmo ou capacete. Serviam para proteger do vento e frio. Durante as batalhas sofriam cortes e começaram a ser desenhados nos brasões como prova de lutas.
De origem neerlandesa, o lambrequim significa pequena vela, banda de tecido com caráter decorativo.
No século XIX já era usado para designar bandas de tecidos, que eram utilizados para decorar as cortinas das janelas, os véus de canoma, as cortinas de teatro.
Designa também motivos decorativos com simetria axial, empregados para decorar certas peças de porcelana e também ornamentos recortados em madeira ou chapa de metal, fixados em volta da casa nos beirais.
A principal função do lambrequim ao redor das casas era para proteger escoando a água da chuva. O lambrequim reúne a água e a faz gotejar na frente da fachada, geralmente.
Os motivos usuais representam plantas, animais ou objetos familiares (amarilis, tulipa, orquídea, corbélia, caranguejo, vinha, pássaro e lanterna).
Ao longo do tempo foi sendo simplificada a forma, houve quase uma abstração total ficando mais difícil a identificação.
O lambrequim é simétrico, pode iludir um espaço, tornando-o mais longo por seu prolongamento virtual.
A poética dos lambrequins se dá ao percebermos a simetria bilateral que é igual a simetria do corpo humano, de animais e muitas folhas, e esta simetria faz com nos reconheçamos e encontramos a nossa própria imagem (a proporção do corpo humano).
Algo interessante é a duplicação do sentido, este fato ocorre quando há a perda inicial da simetria e passa-se a perceber outro desenho, com uma ilusão de ótica e também percebe-se o bicromatismo conferindo-lhe uma existência inédita.
O lambrequim por si só já é um signo poético criado pelo homem, pela sua abstração criou-se um conceito - suas formas e elementos remetem-nos paradigmas, passa a existir uma relação psíquica com os elementos a que se refere, ou seja, há uma significação icônica pois somos atraídos, mesmo inconscientemente por formas de estruturas naturais e quando nos deparamos ou criamos estas formas estamos criando a significação icônica, por isso atração.
O lambrequim já teve várias definições, entre elas: "a forma é sólida, o fundo é fluído...", "o lambrequim como figura, tem melhor forma, porque está limitado por contornos melhores e de maior definição do que o vazio, o fundo, a contra forma", "As figuras integrantes dos lambrequins possuem uma organização "unum", há preferências pela figura singular e global, pelo contorno totalmente abrangente".
Segundo Luciana do Rocio Mallon os lambrequins, de acordo com a lenda, também tem a função ou o poder de proteger contra inimigos...
Os cachos de uva servem para proteger a casa da miséria e atraem fartura e muita comida.
As flores protegem contra a discórdia, trazendo harmonia e paz.
Os animais trazem sorte na pecuária.
Os lambrequins, criados especialmente para este trabalho perdem a função de gotejamento da chuva, pois serão colocados em sentido vertical, como uma coluna, estarão interligados de dois em dois e colocados um em cima do outro. Os desenhos dos vazios surgidos entre eles é o que me interessa como poética.
No dicionário de Filosofia, Hume afirma "que a idéia de espaço ou extensão não é nada mais que a idéia de pontos tangíveis ou visíveis, distribuídos em certa ordem", e portanto "não podemos fazer idéia do espaço ou do vácuo onde nada há de visível ou tangível" (treotise I, II, 5, ed. Selby Biggi p. 53).
Visto que, em filosofia a subjetividade do espaço existe a partir das sensações ou do empirismo e que existe sempre a relação do modo de ser ou de se comportar dos objetos entre si, os lambrequins, colocados na posição vertical e em coluna, remetem ao corpo e criam um novo espaço que também é matéria, o vazio entre eles cria um novo corpo e é através deste novo corpo que o meu trabalho dialoga com o espaço.
Fontes de pesquisa na Internet:
www.lambrequim.net/textos 2.php, dia 15/09/2011
"O lambrequim e sua mensagem poética"”
Universidade Federal do Paraná
Curso de Comunicaçao Visual 1978
Heloisa Maria Campos
Vânia Alves Cordeiro / dia 15/09/2011
Post de Luciana do Rocio Mallon, dia 15/09/2011
Dados Bibliográficos:
Dicionário de Filosofia / Nicola Abba Ganano; Tradução da 1ª edição brasileira, cooordenada e revista por Alfredo Bossi; revisão de tradução e tradução de novos textos Ivone Castilho Benedetti. - 5ª ed. - São Paulo : Martins Fontes, 2007.
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